Chandler
Tiago dos S. Sant’ Ana[1]
Darlysson
de Melo Pereira[2]
1 INTRODUÇÃO
O
tema do divórcio é polêmico e por isso é discutido há centenas de anos. A
correta compreensão da temática é significativa e deve vir do texto bíblico. Na
época de Jesus havia entendimentos distintos sobre o assunto e Jesus se
posicionou sobre o mesmo. O presente estudo pretende examinar a perícope de
Marcos 10. 2 – 12 para compreender devidamente a posição de Cristo sobre o
assunto. Tal pesquisa é relevante para todo aquele que busca viver uma vida
cristã em conformidade com as escrituras sagradas. Para obter o resultado
desejado será utilizada a metodologia exegética; para se fazer exegese é necessário
fazer uso das línguas em que o texto foi escrito hebraico, aramaico e grego bem
como o contexto histórico e a linguagem bíblica característica de cada gênero
literário para analisar os documentos inspirados (OSBORNE, 2009). Na será
discutida no artigo nem autoria nem a datação de Marcos; os autores admitem a
perspectiva conservadora sobre os evangelhos.
2 TRADUÇÃO
Abaixo será oferecida uma tradução do texto grego
de Marcos.
2 Και
προσελθοντες οι Φαρισαιοι επηρωτησαν αυτον ει εξεστιν ανδρι γυναικα απολυσαι
πειραζοντες αυτον [3]
|
E, se aproximando os fariseus, perguntavam-lhe se [ele] permitia
(autorizava) ao homem mandar embora a mulher, experimentaram ele.[4]
|
3 ο
δε αποκριθεις ειπεν αυτοις Τι υμιν ενετειλατο Μωσης
|
Mas ele respondendo disse-lhes; o que a vocês ordenou Moisés?
|
4 Οι
δε ειπον Μωσης επετρεψεν βιβλιον αποστασιου γραψαι και απολυσαι
|
Mas eles responderam: permitiu Moisés
escrever carta de divórcio e repudiar.
|
5 ὁ δὲ Ἰησοῦς εἶπεν αὐτοῖς· Προς
την σκληροκαρδιαν υμων εγραψεν υμιν την εντολην ταυτην
|
E respondendo Jesus lhes disse: em vista da
dureza do coração de vocês escreveu para vós este mandamento.
|
6 απο
δε αρχης κτισεως αρσεν και θηλυ εποιησεν αυτους ο Θεος
|
Mas desde o princípio da criação macho e
fêmea Deus fez eles (os fez).
|
7 ενεκεν
τουτου καταλειψει ανθρωπος τον πατερα αυτου και την μητερα και
προσκολληθησεται προς την γυναικα αυτου
|
8 και
εσονται οι δυο εις σαρκα μιαν ωστε ουκετι εισιν δυο αλλα μια σαρξ
|
E serão os dois em
uma carne; portanto, não são mais dois, mas uma carne.
|
9 ο
ουν ο Θεος συνεζευξεν ανθρωπος μη χωριζετω
|
10 Και
εν τη οικια παλιν οι μαθηται αυτου περι του αυτου επηρωτησαν αυτον
|
E em casa novamente os discípulos dele sobre
a mesma coisa perguntaram.
|
11 και
λεγει αυτοις Ος εαν απολυση την γυναικα αυτου και γαμηση αλλην μοιχαται επ
αυτην
|
12 και
εαν γυνη απολυση τον ανδρα αυτης και γαμηθη αλλω μοιχαται
|
E se ela separar do marido dela e casar novamente comete adultério.
|
3
CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO, CULTURAL
3.
1 O Divórcio no Judaísmo
A tradição talmúdica[5]
descreve os fariseus do primeiro século e seus primeiros sucessores rabínicos
divididos em duas alas ou escolas; estas foram nomeados em homenagem aos dois
grandes sábios Hilel e Shammai, que floresceram no final do primeiro século
a.C., cerca de 100 anos antes do templo de Jerusalém ser destruído pelos
romanos. Hilel e Shammai foram dois grandes sábios da religião judaica o Talmud
registra cerca de 316 controvérsias entre eles. A escola de Shammai tendia a
ser mais rígida em suas posições. A escola de Hilel, em geral, era mais
“liberal”; das 316 controvérsias somente em 55 a escola de Shammai fez regras
mais leves (SCOTT, 2017, pp. 183 – 183; GOLDENBERG, 1996, 5:1158).
Dos
diversos debates registrados entre as duas escolas está o debate sobre o
divórcio. Uma vez que a lei mosaica permitia o divórcio em algumas
circunstancias os sábios das duas escolas passaram a discutir em quais
circunstancias era lícito o divórcio (Dt 24. 1 – 4). Alfred J. Kalatch (2001,
p. 30) salienta que no judaísmo, o casamento sempre foi considerado uma
instituição sagrada.[6] As
discussões realmente não estavam relacionadas com o quão sagrado o casamento é,
mas sim como lidar com as incongruências dos cônjuges, isto é, quais os motivos que
tornavam licito uma separação de acordo com o sistema legal judaico.
A Mishiná discute
diversos detalhes sobre o divórcio; por exemplo como emitir uma carta de
divórcio dentro e fora de Israel; é discutido se um gentil ou samaritano
poderia ser testemunha. Observemos o texto da Mishiná:
Qualquer tipo de escritura em que haja uma
testemunha samaritana é inválida, exceto os mandados de divórcio para as
mulheres e os mandados de emancipação para os escravos. Eles trouxeram perante
Rabban Gamaliel em Kepar Otenai o pedido de divórcio de uma mulher, e as
testemunhas foram samaritanas, e ele declarou que era válido. Todos os
documentos redigidos em registros gentios, mesmo que suas assinaturas sejam
gentias', são válidos, exceto os mandados de divórcio para as mulheres e os
mandados de emancipação para os escravos (GITTIN 1.3).
Outro
exemplo de discussão legal na Mishiná sobre o divórcio pode ser visto em Gittin
3. 2:
Quem
escreve cópias em branco dos autos de divórcio deve deixar um espaço para o
nome do homem, o nome da mulher e a data. [Se o fizer] pelos títulos de dívida,
ele deve deixar um espaço para o credor, o mutuário, a soma do dinheiro e a
data. [Se o fizer] por ações de venda, ele deverá deixar um espaço para o
comprador, o vendedor, a soma da quantia em dinheiro, o terreno e o terreno.
Entre
os vários tramites legais discutidos também estão os motivos para um divórcio;
tais motivos para a casa de Shammai são mais rígidos por outro lado para a casa
de Hilel menos rígidos.[7]
Casa
de Shammai diz: “Um homem deve se divorciar de sua esposa apenas porque
encontrou motivos para isso na falta de castidade, B "desde que é dito,
porque ele encontrou em sua indecência em qualquer coisa (Dt. 24 :)." E a
Casa de Hilel diz: “Mesmo que ela estragasse o prato dele, “desde que é dito,
porque ele encontrou em sua indecência qualquer coisa. Rabino Akiba diz: [ele
pode se divorciar dela] mesmo que ele ache outra mulher mais bonita do que ela,
como diz: " acontece que ela não encontra favor aos olhos dele. (GITTIN 9.
10).
As
três posições nesta Mishná são todas baseadas em diferentes interpretações de
Deuteronômio 24: 1; observa – se que a posição de Akiba é um tanto liberal pois
o rabino Akiba se concentra na parte do versículo que diz "ela falha em
agradá-lo" como motivos separados para o divórcio. Mesmo que ela não tenha
feito nada de errado, ele pode se divorciar dela se desejar mais uma mulher.
Devemos observar que o rabino Akiba supõe que ele não desejará ou poderá se casar
com outra mulher enquanto ainda estiver casado com sua primeira esposa. O fato
de diversos rabinos na época serem a favor da poligamia parece tornar tal
interpretação aceitável (KEENER, 2017, p. 174). A posição de Hilel e Shammai
era bem conhecida na época de Jesus; é razoável sugerir que quando os fariseus
procuram Jesus para lhe perguntar sobre o divórcio estavam querendo saber o que
esse novo Rabi pensava sobre o tema tão debatido e se ele estava alinhado com
algumas das escolas já mencionadas. [8]
4 PERÍCOPE
A narrativa do ensinamento
de Jesus sobre o divórcio apresentada no evangelho segundo Marcos tem início em
10:1 e seu fim em 10:12. Evidências na forma como o texto está escrito
fundamentam essa proposta. O verso 1 é introduzido com uma ideia de movimento
em direção a um território diferente, essa mudança geográfica, seguida de uma
introdução de diálogo iniciado com uma pergunta dos fariseus, indicam uma
mudança de perícope. O bloco de texto atual tem como tema a ser discutido a
validade da separação conjugal. O verso 13 inicia-se com a conjunção “Και” e um novo assunto é imediatamente trazido à
tona, portanto, a partir dessa mudança de assunto, infere-se a finalização da
perícope em 10:12.[9]
5 CONTEXTO E ESTRUTURA LITERÁRIA
É importante notar que os
evangelhos foram escritos para apresentar a pessoa e obra de Cristo sob
diferentes perspectivas. O evangelho segundo Marcos apresenta algumas
características interessantes, umas delas é a velocidade do seu fluxo narrativo
marcada pelo advérbio “εὐθὺς”
(logo, imediatamente), o termo aparece 52 vezes nos 4 evangelhos sendo seis em
Mateus, 40 em Marcos, 3 em Lucas e 3 em João. As cenas da vida de Jesus,
conforme apresentadas por Marcos, são descritas, muitas vezes, com a presença
do termo εὐθὺς
o que demonstra que Marcos dá uma ênfase à ação e a cronologia da vida de
Jesus, deixando de narrar até mesmo grandes discursos e mostrando, por outro
lado, os milagres realizados pelo Senhor. (CARSON; MOO; MORRIS, 1997, p. 99;
DORNELES et al., 2013, v. 2, p. 612; TOGNINI; BENTES, 2009, p. 84-85).
Alguns autores propuseram
estruturas para o segundo evangelho[10],
todavia, a estrutura proposta apresentada por Craig L. Blomberg se mostra mais
completa:
Introdução: o início do evangelho
(1. 1-13)
O ministério de Cristo
(1.14 – 8.30)
A autoridade de Jesus e a
cegueira dos fariseus (1. 14 – 3.6)
Introdução (1.14 – 20)
Milagres de cura (1. 21 –
45)
Narrativas de
controvérsias (2. 1 – 3. 6)
As parábolas e os sinais
de Jesus, e a cegueira do mundo (3. 7 – 6. 6a)
Discipulado e oposição (3.
7 – 35)
Parábolas (4. 1 – 34)
Mais milagres dramáticos
(4. 35 – 6. 6a)
O ministério de Jesus aos
gentios e a cegueira dos discípulos (6. 6b – 8. 30)
Mais missão, oposição aos
milagres (6. 6b – 56)
Puro e impuro: a retirada
de Israel (7. 1 – 8. 21)
Visão física e espiritual
(8. 22 – 30)
A paixão de Cristo (8. 31
– 16. 8)
Predições da morte e o
significado do discipulado (8. 31 – 10. 52)
Cruz e ressurreição
pressagiadas (8. 31 – 9.29)
Sobre a verdadeira
mordomia (9. 30 – 50)
Ministério na Judéia à luz
da cruz (10. 1 – 52)
Jesus e o templo (11. 1 –
13. 37)
Entrada e julgamento (11.
1 – 25)
Ensino e debate (11. 27 –
12. 44)
Predição da destruição e
do retorno de Cristo (13. 1 – 37)
O clímax da vida de Jesus
(14. 1 – 16. 8)
Preparação para o
sofrimento (14. 1 – 72)
Crucificação (15. 1 – 47)
Ressurreição (16. 1 – 8)
A Introdução (I) revela o
conteúdo e autor do Evangelho, é Jesus cristo (1. 1). Um mensageiro predecessor
é imediatamente anunciado, João Batista, ele prega para que as pessoas se
arrependam, confessem seus pecados e sejam batizadas (1. 2 – 5). João,
cumprindo a profecia de Isaías, anuncia a vinda daquele que é mais poderoso do
que ele (1. 8). Vale notar a velocidade com que Marcos, propositalmente, narra
as ações decorridas, após o batismo de Jesus, no verso 10, aparece pela
primeira vez o termo “εὐθὺς”[11], logo
saiu da água, e logo (εὐθὺς)
foi impelido pelo Espírito ao deserto onde foi tentado por Satanás, mas os
anjos o serviam (1. 12, 13), antes de prosseguir, é relevante notar que Mateus
e Lucas se utilizam, respectivamente, de 11 e 13 versos para apresentar a
história da tentação de Jesus, enquanto Marcos utiliza 2 versos apenas.
De agora em diante o
evangelista começa a expor o ministério de Cristo (II) em três tópicos
principais com três divisões cada um. É importante notar a prisão de João
Batista e a ida de Jesus para a Galileia, Cristo prega o evangelho de Deus, ou
seja, ele dizia que o reino de Deus estava próximo e conclamava as pessoas ao
arrependimento (1. 14, 15), note que a pregação de João Batista também chamava
as pessoas para arrepender-se, em Mateus 3: 2, texto paralelo a Marcos 1: 4, a
pregação de João é igual a proferida por Cristo em Marcos 1: 15 no que se
refere aos elementos “proximidade do reino de Deus” e “arrependimento”, pode-se
inferir, a partir disso, que o evangelho de Deus e de Cristo, apresentados por
Marcos, são um e o mesmo evangelho.
A partir de 8: 31 o
evangelista passa a descrever a paixão de Cristo. Jesus começa a dar indícios
de seu sofrimento, morte e ressurreição. Desse momento em diante o Mestre
caminha para os momentos finais de sua vida, por mais de uma vez ele avisa aos
seus seguidores qual seria o seu fim, os discípulos não entenderam (8. 31 – 33;
9: 30 – 32; 10: 32 – 34). Houveram novos embates entre o Senhor e os fariseus,
saduceus (10. 1 - 12; 12. 18 – 27); ensinou aos discípulos que deveriam amar a
Deus e ao próximo (12. 28 – 31). Finalmente, o autor narra os momentos finais
da vida do mestre, seu julgamento, morte e ressurreição. Essa é a distribuição
básica da estrutura do evangelho segundo Marcos.
6
ANÁLISE TEXTUAL
6.
1 Análise Sintática
10.
2 Και ἐπηρώτων
αὐτὸν
εἰ ἔξεστιν
ἀνδρὶ
γυναῖκα
ἀπολῦσαι, πειράζοντες αὐτόν.
A
conjunção Και conecta a presente
oração com a que veio anteriormente introduzindo o diálogo “Και προσελθοντες οι Φαρισαιοι επηρωτησαν αυτον, E,
se aproximando os fariseus, perguntavam-lhe”. A
conjunção condicional ει conecta a pergunta condicional: “ει εξεστιν ανδρι, se
permitia ao homem”. A oração continua com uma clausula infinitiva “γυναικα απολυσαι,
divorciar-se da mulher,” e uma participial “πειραζοντες αυτον,
experimentaram ele.”.[12]
O artigo mais a conjunção lógica, ὁ δὲ,
conectam as ideias das passagens,
isto é, o verso 3 da sequencia ao que fora dito no 2. A clausula “ὁ δὲ
ἀποκριθεὶς
εἶπεν
αὐτοῖς·, mas ele respondendo disse-lhes;” é participial e
é seguida por uma pergunta que dá sequência ao diálogo “Τί ὑμῖν
ἐνετείλατο Μωϋσῆς; o
que a vocês ordenou Moisés?”.
10.
4 οἱ δὲ εἶπαν·
Ἐπέτρεψεν Μωϋσῆς βιβλίον ἀποστασίου
γράψαι
καὶ ἀπολῦσαι. O artigo mais a conjunção lógica, ὁ δὲ, conectam as ideias das passagens dando sequência
ao diálogo: “οἱ
δὲ εἶπαν·⸂Ἐπέτρεψεν
Μωϋσῆς⸃ βιβλίον, mas eles responderam: permitiu Moisés
escrever carta de divórcio e repudiar.”.
10. 5 ὁ δὲ Ἰησοῦς
εἶπεν
αὐτοῖς·
Πρὸς τὴν
σκληροκαρδίαν
ὑμῶν ἔγραψεν
ὑμῖν τὴν ἐντολὴν
ταύτην· Novamente a
sentença é introduzida pelo artigo mais a conjunção lógica, ὁ δὲ, conectam as ideias das passagens dando sequência
ao diálogo: “ὁ
δὲ Ἰησοῦς
εἶπεν
αὐτοῖς·, respondendo
Jesus lhes disse:” e a preposição Πρὸς inicia a frase preposicionada explicativa inicia a
resposta: “Πρὸς
τὴν
σκληροκαρδίαν
ὑμῶν ἔγραψεν
ὑμῖν τὴν ἐντολὴν
ταύτην·, por causa da dureza do coração de vocês
escreveu para vós este mandamento.
A
preposição ἀπὸ no
início do verso 6 o liga ao 5; a frase preposicionada, “ἀπὸ δὲ
ἀρχῆς κτίσεως ἄρσεν
καὶ θῆλυ ἐποίησεν
αὐτούς·, desde o
princípio da criação macho e fêmea Deus fez eles (os fez).” Faz parte da
sentença iniciada no verso 5.
10. 7 ἕνεκεν τούτου
καταλείψει
ἄνθρωπος τὸν πατέρα αὐτοῦ
καὶ τὴν
μητέρα
καὶ προσκολληθήσεται πρὸς τὴν γυναῖκα αὐτοῦ,
O
verso 7 também faz parte da sentença iniciada no verso 5. A conexão se da por
meio da preposição ἕνεκεν, por isso. Sintaticamente a sequencia da sentença
no verso 7 possui duas clausulas. A 1) é iniciada pela preposição ἕνεκεν:
“ἕνεκεν τούτου καταλείψει ἄνθρωπος
τὸν
πατέρα
αὐτοῦ καὶ
τὴν
μητέρα, Por causa
disso deixará para trás o homem a seu pai e a sua mãe,”; a 2) é ligada a primeira por meio da
conjunção καὶ: “καὶ
προσκολληθήσεται
πρὸς τὴν γυναῖκα αὐτοῦ, e será ele unido a sua mulher,”. Tal
frase assim como a anterior é preposicionada: πρὸς τὴν γυναῖκα αὐτοῦ.
O
verso 8 é ligado a sentença do 5 pela conjunção καὶ: “καὶ
ἔσονται οἱ
δύο, e serão os dois”. A preposição εἰς inicia uma frase preposicionada que explica o que
os dois se tornam juntos: εἰς
σάρκα
μίαν, em uma
carne”. A conjunção ὥστε liga
as duas orações sendo que esta segunda é subordinada: “ὥστε
οὐκέτι
εἰσὶν
δύο
ἀλλὰ
μία
σάρξ·, portanto,
não são mais dois, mas uma carne.
A
sentença iniciada no verso 5 é concluída no 9. A
conjunção de inferência οὖν introduz a clausula de conclusão: “ὃ οὖν ὁ θεὸς συνέζευξεν ἄνθρωπος μὴ χωριζέτω., O que Deus uniu, o homem não separe.”.
A
conjunção Καὶ
conecta a nova sentença a anterior. A frase que se segue é preposicionada: “εἰς τὴν οἰκίαν, em casa,” essa diz o local onde os discípulos
fazem a pergunta que também é preposicionada “περὶ
τούτου
ἐπηρώτων αὐτόν.,
sobre este perguntaram novamente.”.
A
conjunção καὶ introduz a resposta na nova sentença que tem seu
inicio no verso 11. A resposta de Jesus aos discípulos possui três clausulas
inferenciais: a 1) “Ὃς ἂν, quem se
separar”; a 2) “ἀπολύσῃ τὴν γυναῖκα αὐτοῦ, da sua
mulher” e a 3) que é ligada a anterior pela conjunção καὶ: “γαμήσῃ
ἄλλην, casar-se novamente,”. A última frase é
preposicionada, ἐπʼ
αὐτήν, sobre
ele, e antes dela vem a expressão
“μοιχᾶται, comete
adultério” que está ligada a sentença principal.
A
conjunção καὶ no
verso 12 liga está oração coordenada a sentença anterior, isto é, a iniciada no
verso 11. Assim o verso 11 é uma oração coordenada.
6.2
Análise Gramatical
Και
|
προσελθοντες
|
οι
|
Φαρισαιοι
|
επηρωτησαν
|
αυτον
|
ει
|
Conj.
|
Verbo
|
Artigo
|
Substantivo
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Conj.
|
Aoristo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
Aoristo
|
Acusativo
|
||
Ativo
|
Plural
|
Plural
|
Ativo
|
Singular
|
||
Particípio
|
Masculino
|
Masculino
|
Indicativo
|
Masculino
|
||
Plural
|
3ª pessoa
|
|||||
Nominativo
|
Plural
|
|||||
Masculino
|
2 Και προσελθοντες οι Φαρισαιοι
επηρωτησαν αυτον ει εξεστιν ανδρι γυναικα απολυσαι πειραζοντες αυτον
εξεστιν
|
ανδρι
|
γυναικα
|
απολυσαι
|
πειραζοντες
|
αυτον
|
Verbo
|
Subs.
|
Subs.
|
Verbo
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Presente
|
Dativo
|
Acusativo
|
Aoristo
|
Presente
|
Acusativo
|
Ativo
|
Singular
|
Singular
|
Ativo
|
Particípio
|
Singular
|
Indicativo
|
Masc.
|
Feminino
|
Infinitivo
|
Ativo
|
Masculino
|
Singular
|
Plural
|
||||
3ª pessoa
|
Nominativo
|
||||
Masculino
|
3 ο δε αποκριθεις ειπεν αυτοις Τι υμιν ενετειλατο Μωσης
ο
|
δε
|
αποκριθεις
|
ειπεν
|
αυτοις
|
Artigo
|
Conj.
|
Verbo
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Nominativo
|
Aoristo
|
Aoristo
|
Dativo
|
|
Singular
|
Particípio
|
Ativo
|
Plural
|
|
Masculino
|
Passivo
|
Indicativo
|
Masculino
|
|
Singular
|
Singular
|
|||
Nominativo
|
3ª pessoa
|
|||
Masculino
|
Τι
|
υμιν
|
ενετειλατο
|
Μωσης
|
Pron. interrogativo
|
Pron. Pessoal
|
Verbo
|
Subs.
|
Acusativo
|
Dativo
|
Aoristo
|
Nominativo
|
Singular
|
Plural
|
Médio
|
Singular
|
Neutro
|
2ª pessoa
|
Indicativo
|
Masculino
|
Singular
|
|||
3ª pessoa
|
4 Οι δε ειπον Μωσης επετρεψεν βιβλιον αποστασιου γραψαι και απολυσαι
Οι
|
δε
|
ειπον
|
Μωσης
|
επετρεψεν
|
Artigo
|
Conj.
|
Verbo
|
Subs.
|
Verbo
|
Nominativo
|
Aoristo
|
Nominativo
|
Aoristo
|
|
Plural
|
Ativo
|
Singular
|
Ativo
|
|
Masculino
|
Indicativo
|
Masculino
|
Indicativo
|
|
Plural
|
Singular
|
|||
3ª pessoa
|
3ª pessoa
|
βιβλιον
|
αποστασιου
|
γραψαι
|
και
|
απολυσαι
|
Subs.
|
Subs.
|
Verbo
|
Conj.
|
Verbo
|
Acusativo
|
Genitivo
|
Aoristo
|
Aoristo
|
|
Singular
|
Singular
|
Ativo
|
Ativo
|
|
Neutro
|
Neutro
|
Infinitivo
|
Infinitivo
|
5 Και αποκριθεις ο Ιησους ειπεν αυτοις Προς την σκληροκαρδιαν υμων εγραψεν
υμιν την εντολην ταυτην
Και
|
αποκριθεις
|
ο
|
Ιησους
|
ειπεν
|
Conj.
|
Verbo
|
Artigo
|
Subs.
|
Verbo
|
Aoristo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
Aoristo
|
|
Particípio
|
Singular
|
Singular
|
Ativo
|
|
Passivo
|
Masculino
|
Masculino
|
Indicativo
|
|
Singular
|
Singular
|
|||
Nominativo
|
3ª pessoa
|
|||
Masculino
|
αυτοις
|
Προς
|
την
|
σκληροκαρδιαν
|
υμων
|
Pron. Pessoal
|
Preposição
|
Artigo
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Dativo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Genitivo
|
|
Plural
|
Singular
|
Singular
|
Plural
|
|
Masculino
|
Feminino
|
Feminino
|
Masculino
|
|
2ª pessoa
|
εγραψεν
|
υμιν
|
την
|
εντολην
|
ταυτην
|
Verbo
|
Pron. Pess.
|
Artigo
|
Subs.
|
Pron. Demonst.
|
Aoristo
|
Dativo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Ativo
|
Plural
|
Singular
|
Singular
|
Singular
|
Indicativo
|
2ª pessoa
|
Feminino
|
Feminino
|
Feminino
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
6 απο δε αρχης κτισεως αρσεν και
θηλυ εποιησεν αυτους ο Θεος
απο
|
δε
|
αρχης
|
κτισεως
|
αρσεν
|
Preposição
|
Conj.
|
Subs.
|
Subs.
|
Subs.
|
Genitivo
|
Genitivo
|
Acusativo
|
||
Singular
|
Singular
|
Singular
|
||
Feminino
|
Feminino
|
Neutro
|
και
|
θηλυ
|
εποιησεν
|
αυτους
|
ο
|
Θεος
|
Conj.
|
Adjetivo
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Artigo
|
Subs.
|
Acusativo
|
Aoristo
|
Acusativo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
|
Singular
|
Ativo
|
Plural
|
Singular
|
Singular
|
|
Neutro
|
Indicativo
|
Masculino
|
Masculino
|
Masculino
|
|
Singular
|
|||||
3ª pessoa
|
7 ενεκεν τουτου καταλειψει ανθρωπος τον πατερα αυτου και την μητερα και προσκολληθησεται
προς την γυναικα αυτου
ενεκεν
|
τουτου
|
καταλειψει
|
ανθρωπος
|
τον
|
Advérbio
|
Pron. Demonst
|
Verbo
|
Subs.
|
Artigo
|
Genitivo
|
Futuro
|
Nominativo
|
Acusativo
|
|
Singular
|
Ativo
|
Singular
|
Singular
|
|
Neutro
|
Indicativo
|
Masculino
|
Masculino
|
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
πατερα
|
αυτου
|
και
|
την
|
μητερα
|
και
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Conj.
|
Artigo
|
Subs.
|
Conj.
|
Acusativo
|
Genitivo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
||
Singular
|
Singular
|
Singular
|
Singular
|
||
Masculino
|
Masculino
|
Feminino
|
Feminino
|
προσκολληθησεται
|
προς
|
την
|
γυναικα
|
αυτου
|
Verbo
|
Preposição
|
Artigo
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Futuro
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Genitivo
|
|
Passivo
|
Singular
|
Singular
|
Singular
|
|
Indicativo
|
Feminino
|
Feminino
|
Masculino
|
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
8 και εσονται οι δυο εις σαρκα μιαν ωστε ουκετι εισιν δυο αλλα μια σαρξ
και
|
εσονται
|
οι
|
δυο
|
εις
|
Conj.
|
Verbo
|
Artigo
|
Numeral
|
Preposição
|
Futuro
|
Nominativo
|
Indeclinável
|
||
Indicativo
|
Plural
|
|||
Plural
|
Masculino
|
|||
3ª pessoa
|
σαρκα
|
μιαν
|
ωστε
|
ουκετι
|
εισιν
|
Subs.
|
Adjetivo
|
Conj.
|
Advérbio
|
Verbo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Presente
|
||
Singular
|
Singular
|
Indicativo
|
||
Feminino
|
Feminino
|
Plural
|
||
3ª pessoa
|
δυο
|
αλλα
|
μια
|
σαρξ
|
Numeral
|
Conj.
|
Adjetivo
|
Subs.
|
Nominativo
|
Nominativo
|
||
Singular
|
Singular
|
||
Feminino
|
Feminino
|
9 ο ουν ο Θεος συνεζευξεν ανθρωπος μη χωριζετω
ο
|
ουν
|
ο
|
Θεος
|
συνεζευξεν
|
Artigo
|
Conj.
|
Artigo
|
Subs.
|
Verbo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
Aoristo
|
|
Singular
|
Singular
|
Singular
|
Ativo
|
|
Masculino
|
Masculino
|
Masculino
|
Indicativo
|
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
ανθρωπος
|
μη
|
χωριζετω
|
Subs.
|
Partícula
|
Verbo
|
Nominativo
|
Presente
|
|
Singular
|
Ativo
|
|
Masculino
|
Imperativo
|
|
Singular
|
||
3ª pessoa
|
10 Και εν τη οικια παλιν οι
μαθηται αυτου περι του αυτου επηρωτησαν αυτον
Και
|
εν
|
τη
|
οικια
|
παλιν
|
Conj.
|
Preposição
|
Artigo
|
Subs.
|
Advérbio
|
Dativo
|
Acusativo
|
|||
Singular
|
Singular
|
|||
Feminino
|
Feminino
|
οι
|
μαθηται
|
αυτου
|
περι
|
του
|
Artigo
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Preposição
|
Artigo
|
Nominativo
|
Nominativo
|
Genitivo
|
Genitivo
|
|
Plural
|
Plural
|
Singular
|
Singular
|
|
Masculino
|
Masculino
|
Masculino
|
Neutro
|
αυτου
|
επηρωτησαν
|
αυτον
|
Pron. Pessoal
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Genitivo
|
Aoristo
|
Acusativo
|
Singular
|
Ativo
|
Singular
|
Masculino
|
Indicativo
|
Masculino
|
Singular
|
||
3ª pessoa
|
11 και λεγει αυτοις Ος εαν
απολυση την γυναικα αυτου και γαμηση αλλην μοιχαται επ αυτην
και
|
λεγει
|
αυτοις
|
Ος
|
εαν
|
Conj.
|
Verbo
|
Pron. Pessoal
|
Pron. Relativo
|
Conj.
|
Presente
|
Dativo
|
Nominativo
|
||
Ativo
|
Plural
|
Singular
|
||
Indicativo
|
Masculino
|
Masculino
|
||
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
απολυση
|
την
|
γυναικα
|
αυτου
|
και
|
Verbo
|
Artigo
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Conj.
|
Aoristo
|
Acusativo
|
Acusativo
|
Genitivo
|
|
Ativo
|
Singular
|
Singular
|
Singular
|
|
Subjuntivo
|
Feminino
|
Feminino
|
Masculino
|
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
γαμηση
|
αλλην
|
μοιχαται
|
επ
|
αυτην
|
Verbo
|
Adjetivo
|
Verbo
|
Preposição
|
Pron. Pessoal
|
Aoristo
|
Acusativo
|
Presente
|
Acusativo
|
|
Ativo
|
Singular
|
Média
|
Singular
|
|
Subjuntivo
|
Feminino
|
Subjuntivo
|
Feminino
|
|
Singular
|
Singular
|
|||
3ª pessoa
|
3ª pessoa
|
12 και εαν γυνη απολυση τον ανδρα αυτης και γαμηθη αλλω μοιχαται
και
|
εαν
|
γυνη
|
απολυση
|
τον
|
Conj.
|
Conj.
|
Subs.
|
Verbo
|
Subs.
|
Nominativo
|
Aoristo
|
Acusativo
|
||
Singular
|
Ativo
|
Singular
|
||
Feminino
|
Subjuntivo
|
Masculino
|
||
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
ανδρα
|
αυτης
|
και
|
γαμηθη
|
αλλω
|
μοιχαται
|
Subs.
|
Pron. Pessoal
|
Conj.
|
Verbo
|
Adjetivo
|
Verbo
|
Acusativo
|
Genitivo
|
Aoristo
|
Dativo
|
Presente
|
|
Singular
|
Singular
|
Passivo
|
Singular
|
Média
|
|
Masculino
|
Feminino
|
Subjuntivo
|
Masculino
|
Subjuntivo
|
|
Singular
|
Singular
|
||||
3ª pessoa
|
3ª pessoa
|
||||
6.
3 Palavras Chaves
A palavra ἀπολύω aparece
doze vezes no evangelho de Marcos. O campo semântico desta expressão indica o
ato de soltar, desligar – se de algo, despedir alguém, enviar alguém e também
mandar embora; essa última pode ser usada para o divórcio (LOUW et al.,
2013, pp. 170, 408; RUSCONI, 2003, pp. 69 – 70). Essa palavra é usada pelo evangelista com o
sentido de liberar alguém, despedir, mandar embora (Mc 6. 36, 45; 8. 3, 9; 10.
2, 4, 11, 12; 15. 6, 9, 11, 15).
6. 4 Comparação Sinótica
Dadas
as considerações sintáticas e gramaticais, segue uma comparação entre os relatos
do evangelho de Marcos e de Mateus. A presente comparação não inclui o
evangelho de Lucas, isso se dá porque o relato lucano não é apresentado como
uma exposição detalhada do diálogo examinado neste estudo, mas, como observa
Carlos C. Camarena (2012, p. 18), uma declaração
isolada em meio a vários ditos de Jesus. Os textos foram dispostos lado a lado
para facilitar a comparação por parte do leitor.
Marcos 10: 1 – 12
|
Mateus 19: 1 - 12
|
1 Levantando-se Jesus,
foi dali para o território da Judeia, além do Jordão. E outra vez as
multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu
costume.
|
1 E aconteceu que,
concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galileia e foi para o território da
Judeia, além do Jordão.
|
2 E, aproximando-se
alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido
repudiar sua mulher?
|
2 Seguiram-no muitas multidões, e curou-as ali.
|
3 Ele lhes respondeu: Que vos ordenou Moisés?
|
3 Vieram a ele alguns
fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua
mulher por qualquer motivo?
|
4 Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e
repudiar.
|
4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o
princípio, os fez homem e mulher
|
5 Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele
vos deixou escrito esse mandamento;
|
5 e que disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se
os dois uma só carne?
|
6 porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
|
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto,
o que Deus ajuntou não o separe o homem.
|
7 Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [e unir-se-á a sua
mulher],
|
7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de
divórcio e repudiar?
|
8 e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já
não são dois, mas uma só carne.
|
8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que
Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o
princípio.
|
9 Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
|
9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por
causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o
que casar com a repudiada comete adultério].
|
10 Em casa, voltaram os
discípulos a interrogá-lo sobre este assunto.
|
10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem
relativamente à sua mulher, não convém casar.
|
11 E ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra
comete adultério contra aquela.
|
11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber
este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado.
|
12 E, se ela repudiar seu marido e casar com
outro, comete adultério.
|
12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens
fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do
reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
|
O versículo 1 em Marcos
é correspondente aos versos 1 e 2 de Mateus, eles se apresentam praticamente
iguais, há, porém, duas diferenças básicas, no relato de Mateus, é dito que
Jesus sai da Galileia para a Judeia e ali cura as pessoas, em Marcos é dito que
ele levantou-se e foi para a Judeia para ensinar. As diferenças apresentadas
não são nimiamente dissonantes. O verso dois de Marcos e o 3 em Mateus estão
apresentando a introdução para o diálogo, os fariseus se aproximam de Jesus e o
testam com uma pergunta, cumpre notar a diferença entre a pergunta dos fariseus
em um relato e outro, em Marcos eles perguntam sobre a licitude em um homem
repudiar a sua mulher. A diferença primordial está no complemento da indagação
que foi registrado por Mateus: “é lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” as respostas são
diferentes, em Marcos o Mestre responde com outra pergunta: o que ordenou
Moisés? Eles asseveram que Moisés deu permissão para que o homem emita carta de
divórcio, a isto Jesus responde: a permissão de Moisés foi por causa da dureza
do vosso coração, mas no princípio não foi assim e cita o texto de Gênesis 1:
27 e 2:22 – 24 e explicando qual o propósito original de Deus (Marcos 10: 3 –
9). Mateus registra uma resposta ligeiramente diferente a esta pergunta. Jesus
responde citando diretamente o texto de Gênesis 1: 27 e 2:22 – 24, sem fazer
nenhuma indagação aos fariseus (Mateus 19: 4 – 9). Existe, porém, um detalhe
diferente no fim das duas respostas, Mateus termina no verso nove com as seguintes
palavras: “Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais
ilícitas, e casar com outra comete adultério.” Aqui Jesus deixa claro o único
motivo pelo qual há licitude no divórcio, enquanto os fariseus queriam saber se
qualquer motivo dava a possibilidade de proceder a separação conjugal, Cristo
diz que somente por causa de relações sexuais ilícitas. Finalmente, no fim dos
dois relatos, os discípulos trazem novas questões ao mestre, Em Marcos eles
fazem uma pergunta que não é explícita, embora possamos deduzir pela resposta
de Jesus (v. 10 – 12). Mateus narra com precisão uma questão levantada pelos
discípulos que é diferente da questão levantada em Marcos, o ponto suscitado
por eles é a respeito da possibilidade de o homem viver sem casar-se, ao que
Jesus responde: Nem todos são aptos para tal coisa.
Diante disso, é possível notar que a comparação entre os
dois relatos permite a detecção de detalhes que, de outra forma, seriam menos
perceptíveis, uma narração dos fatos ajuda a iluminar a outra. Alguns detalhes
se apresentam diferentes, não como uma contradição, mas como uma exposição mais
extensa dos eventos ocorridos naquele dia.
7 TEOLOGIA BÍBLICA
A questão posta diante de
Jesus pelos fariseus era comum na época como foi mencionado acima. Naqueles
dias a discussão concernente ao divórcio era tema de longos debates entre as
escolas de Hilel e Shammai; as pessoas tinham de optar pela interpretação
destes rabinos (HENDRIKSEN, 2014, p. 408). A narrativa de Marcos não informa de
qual escola farisaica eram os indagadores; seja como for parece que eles estão
interessados na interpretação deste novo rabi.
A discussão sobre o
divórcio está diretamente ligada a interpretação que se fazia das palavras de
Moisés em Deuteronômio 24. 1 – 4. Após eles perguntarem a Jesus se era lícito
divorciar – se da esposa Ele responde com outra pergunta: “O que vos ordenou
Moisés?” (10. 3). Camarena (2012, p.
107) destaca que o significado de ἀπολύω
é o infinitivo anártrico, neste caso, expressa um propósito: "É certo que
um homem 'propositadamente' ou 'Intencionalmente' expulsa/ manda embora/
despede sua esposa [de sua casa]?”; “Divorciar-se” não parece ser o significado
pretendido de ἀπολύω. A resposta dos interlocutores é
direta: “Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e mandar embora” (10. 4).
A frase grega “βιβλίον ἀποστασίου
γράψαι
καὶ ἀπολῦσαι.,
escrever um certificado de divórcio e mandar (ela) embora.” é uma referência ao
que fora dito na Bíblia Hebraica: “וְכָ֨תַב לָ֜הּ סֵ֤פֶר כְּרִיתֻת֙, escreverá para ela documento de divórcio”
(Dt 24. 1);[13] e na
Septuaginta (LXX): “καὶ γράψει αὐτῇ
βιβλίον
ἀποστασίου, e escreverá certificado de
divórcio”.[14] Depois
de ouvir a resposta dos fariseus Jesus lhes informa que fora permitido o
divórcio por causa da dureza de coração do povo (10. 3). Ronald J. Kernaghan
(2007, p. 189) salienta que Deuteronômio 24. 1–4 não é uma expressão da
intenção de YHWH para a humanidade, mas uma concessão à dureza de coração. É
necessário mencionar que a imoralidade mencionada em Deuteronômio não é
necessariamente o adultério pois para esse é prevista a pena de morte. A
expressão “βιβλίον
ἀποστασίου, certificado de divórcio” aparece
quatro vezes na LXX. Duas vezes em Deuteronômio (24. 1, 3); uma em Isaías 50.1
e uma em Jeremias 3. 8. Essas ocorrências se dão no contexto de divórcio. É
singular que em Isaías e Jeremias a expressão é uma referência ao divórcio
entre YHWH e Israel, o povo havia cometido adultério, se prostituindo com as
divindades pagãs, ou seja, a implicação é que o “documento de divórcio” é dado
quando há quebra no relacionamento (DAVIDSON, 2015, pp. 227 – 230; OSWALT,
2011, p. 389).
A resposta de Jesus aos
seus interlocutores se inicia no verso 3 e se estende até o verso 9. Após Jesus
destacar o motivo pelo qual Moisés deu o mandamento do divórcio Ele menciona o
plano original de YHWH; Ele destaca que desde a criação YHWH fez homem e mulher.
É digno de nota que a resposta de Jesus está respaldada no texto de Gênesis 2.
24;[15]
o texto grego do segundo evangelho corresponde ao da LXX de Gn 2. 24. A conjunção de inferência οὖν
introduz a cláusula de conclusão: “ὃ οὖν ὁ θεὸς συνέζευξεν ἄνθρωπος μὴ χωριζέτω., Portanto, o que Deus uniu, o homem não
separe.”. Para ele o divórcio era uma obra humana e o casamento uma obra divina.
Moisés ao falar da união entre homem e mulher usa a palavra hebraica “דָּבַק, unir – se”; essa palavra
indica uma união tanto física quanto espiritual entre pessoas (SCHÖKEL, 1997,
p. 146); o termo דָּבַק é frequentemente usado
para descrever o anseio humano e a devoção a Deus. O matrimonio evolve relação
física entre os cônjuges e espiritual (CASSUTO, 1998, p. 136; DOUKHAN, 2016, p.
85; SARNA, 1989, p. 23). Essa palavra foi traduzida na LXX por προσκολληθήσεται; esse verbo está no
futuro, passivo, indicativo terceira pessoa do singular e deve ser traduzido por
“será unido”. Tal uso indica que os tradutores da LXX entendiam que o homem era
passivo na união matrimonial, ou seja, YHWH era o responsável pela união. [16]Essa
realidade é exibida por Jesus no verso 9 quando ele conclui sua explicação
dizendo que o casamento é uma obra divina. R. T. France (2002, 388) destaca:
A provisão legal de Moisés no Dt.
24 não foi concebido como uma declaração do propósito de Deus para o casamento,
mas como um meio lamentável, mas necessário, de limitar o dano quando esse
propósito já foi abandonado. É uma disposição para lidar com a σκληροκαρδία
humana, não um indicador do modo como as coisas devem ser. A ética do casamento
do reino de Deus deve ser baseada não em uma concessão ao fracasso humano, mas
no padrão estabelecido na criação original de Deus de homem e mulher. O que
Deus uniu não deve ser separado por iniciativa humana.
Os versos de 10 – 12
exibem a resposta de Jesus aos discípulos; uma aparente contradição com o
relato de Mateus foi vista pois no primeiro evangelho essa parte do discurso é
feita em público (Mt 19. 9) e no segundo dentro de casa exclusivamente para os
discípulos (MEYER, 1883, p. 161; STEIN, 2008, p. 457). É provável que Jesus tenha falado duas vezes
estas palavras uma em meio aos interlocutores e outra aos discípulos em casa
(HENDRIKSEN, 2014, p. 409). Não seria a primeira vez que Jesus falou a multidão
e em casa explicou aos discípulos novamente (Mc 7. 1 – 23).
A resposta de Jesus nos
versos 10 – 12 exibem a correta interpretação de Deuteronômio 24. 1 – 4.
Richard Davidson (2015, pp. 217 – 238) demonstrou em sua exegese de Dt 24. 1 –
4 que os versos de 1 – 3 apresentam uma descrição das circunstâncias do
divórcio e não uma lei; destaca ele que a lei só é dada no verso 4. Tais
observações são singulares pois desta forma a lei que foi dada no verso 4
impede um homem de desposar outra vez uma mulher que fora repudiada pois ela
está contaminada. A palavra hebraica usada por Moisés é הֻטַּמָּ֔אָה e está no tronco Hofal perfeito. O tronco
Hofal é reflexivo e por isso deve ser traduzido por “foi contaminada”; esse uso
indica que uma mulher que foi rejeitada e se casou – se novamente foi
contaminada pelo segundo marido de tal forma que o primeiro não pode toma – lá
novamente. Em outras palavras o que Moisés disse é que quando uma mulher é
repudiada e entra em um novo matrimônio é contaminada; Jesus segue na mesma
direção quando explica que a pessoa que repudiar sua esposa e se casar
novamente vive em adultério e a mulher que foi repudiada. O novo rabi explica o
enigmático texto de Deuteronômio e usa em sua argumentação Gênesis 2. 18 – 24;
o último exibe o plano original de YHWH e o primeiro é uma lei para tolher os
erros do coração do homem.
8 TEOLOGIA APLICADA
Em
um mundo pós-moderno onde as pessoas correm constantemente atrás do bem-estar e
da felicidade; onde se negam os desafios da vida quer sejam emocionais ou
físicos e buscam soluções rápidas para seus problemas é desafiador falar de um
casamento vitalício, haja vista os desafios do matrimônio (MUELLER, 2015, p.
244).
Augusto
Cury (2017, pp. 9 – 10) bem observa que uma pessoa pode lidar com animais
durante muito tempo e ser feliz, porém ao lidar com outro ser humano mais cedo
ou mais tarde irá se decepcionar. As relações humanas produzem muitos
sentimentos; bons e negativos.[17]
As pessoas foram criadas de forma diferentes e por isso veem o mundo de forma
diferente e o interpretam de forma diferente; para uma sociedade que cada vez
mais se preocupa com o bem-estar individual as relações humanas tornam – se um
problema. A mentalidade pós-moderna atinge as relações entre cônjuges; as
pessoas não estão prontas para se doar em prol do outro; tudo gira em torno do
“ser feliz”, mas como observado acima o contato com o outro pode gerar
frustrações.
As
diferenças entre os cônjuges são desafios para a saúde do matrimonio. Quando
casados percebem que não são tão idênticos como pensavam no período da paixão;
as tentativas em tentar mudar o outro são frenéticas e na grande maioria dos
casos não gera resultado (CURY, 2015, pp. 67 – 86). Gary Chapman (2007) em sua
obra Como Mudar o que mais irrita no Casamento destaca passos práticos
que podem ajudar no desenvolvimento de relações saudáveis. Ele observa que as
críticas não construtivas devem ser eliminadas da relação; as pessoas não mudam
por conta das críticas. A mudança parte de quem quer mudança; o amor é uma
decisão e quando se decide amar alguém se decide dar o melhor em prol do outro.
Chapman observa que quando o cônjuge espera a mudança de outrem precisa estar
ciente que nem sempre isso ocorrerá. Não será por meio de manipulações do tipo:
“se você fizer isso... Eu farei aquilo...” que as coisas irão acontecer. A
proposta do autor é que o cônjuge deve estar falando a linguagem do amor[18]
da pessoa com quem se casou; as pessoas se sentem amadas de formas diferentes e
é só quando um entende como o outro se sente amado que se terá algum resultado.
Visto que o amor é uma decisão os cônjuges devem observar um ao outro para
entender o que faz a pessoa se sentir amada; após entender e praticar a linguagem
do amor do outro as coisas começam a mudar no casamento pois a parte que tem
sua linguagem do amor reconhecida e suprida irá estar mais aberta a mudanças
necessárias, todavia é importante lembrar que nem sempre as mudanças acontecem
e uma vez que amor é uma decisão a pessoa continua amando seu companheiro (a).
A
pós-modernidade também trouxe consigo a ideia de que no casamento homem e
mulher possuem seus “direitos”. A história de John e Laura Bradford (2009, pp.
107 – 114) pode ilustrar isso; segundo ela as discussões com John eram
constantes e seus amigos pensavam que era só questão de tempo para o divórcio.
Ela destaca que durante muito tempo tentou demonstrar que “mandava” tanto
quanto ele; ela queria garantir seus “direitos”. Queria demonstrar que tinha
autoridade; queria demarcar seu território; queria “direitos” iguais aos de seu
marido. A compreensão de que no matrimônio ambos cônjuges tem os mesmos
“direitos” tem tornado casamentos em competições até que alguém desiste delas e
o matrimônio a caba e os competidores partem em busca de novos oponentes.
A
realidade é que desde os tempos antigos satanás tem gasto energias para
destruir famílias. Os tempos mudam, mas ele continua ativo. Como visto acima
nos dias de Jesus parte dos religiosos achavam que se a sua esposa não lhes
agradasse em algum momento se poderia dispensá-la e ir em busca de outra; ou
que se outra mulher lhe chamasse atenção poderia deixar o seu leito para se
relacionar com outra. Para saciar os próprios desejos velavam suas verdadeiras
intenções numa aparente religiosidade que permitia o divórcio quando bem
entendessem. Parece que a moderna frase: “que seja eterno o amor enquanto dure”
já tinha espaço naqueles corações. Os tempos mudam, mas os desejos do coração
humano não. Nos dias modernos diversos desafios têm sido postos diante dos
casais e assim como foi feito nos dias de Jesus deve ser feito nos dias atuais.
As pessoas precisam ser lembradas de que o matrimonio é uma obra divina e que
sem Ele não pode subsistir. YHWH deu o homem para a mulher e a mulher para o
homem para que não vivessem sozinhos; para que se relacionassem; o pecado
alterou o plano original trazendo ao homem problema nos relacionamentos. Desde
a criação YHWH fez homem e mulher um não é melhor do que o outro, porém cada um
tem seu papel.
9 CONCLUSÃO
A
discussão sobre quais os motivos tornavam lícito o divórcio na época de Jesus
era frequente. Quando questionado Ele propôs sua interpretação da Torá no que
se refere ao casamento. Para Jesus o casamento foi instituído na criação e
deveria ser vitalício; o divórcio só era permitido em caso de adultério ou
morte. A sociedade contemporânea pode ser beneficiada por essa compreensão;
diversas dificuldades estão diante dos casais atuais e os levam a desanimar e
desistir do sagrado matrimônio, porém o preparo devido para essa instituição é
necessário. Os princípios mencionados por Jesus no passado ainda são validos
hoje independente do que a sociedade moderna pense.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BÍBLIA.
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[1]
Graduando em Teologia pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia
(Salt).
[2]
Graduando em Teologia pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia
(Salt).
[3] O
texto grego de Nestle Aland, 28 edições revisada (2018).
[4]
Todas as traduções apresentadas na presente pesquisa foram feitas pelos autores
da mesma.
[5] Todas
as citações do Talmud Babilônico seguem a numeração de Neusner (2011); e todas
as citações da Mishiná seguem a numeração de Neusner (1988).
[6] Os
intérpretes judeus salientam que “aquele que não tem uma esposa vive sem
alegria, sem bem-aventurança, sem felicidade”. (Yevamot 62b).
[7] Devemos
lembrar que o divórcio foi muito debatido pelos judeus no primeiro século.
Jesus e Paulo foram bastante rigorosos em sua oposição ao divórcio e a seita do
Mar Morto também provavelmente proibiu o divórcio, ou pelo menos proibiu o novo
casamento após o divórcio. Os rabinos, com a casa de Hilel e Rabi Akiba em
primeiro plano, estavam mais abertos a permitir que as pessoas se divorciassem.
Este não é o fórum adequado para debater essa questão, mas darei algumas
explicações em potencial sobre por que os rabinos estavam mais abertos ao
divórcio do que outras seitas de judeus. Antes de tudo, a maioria dos rabinos
adotou uma atitude muito mais positiva em relação à sexualidade e procriação do
que os primeiros cristãos. O divórcio permite que um casal disfuncional cumpra
seus desejos procriativos e sexuais em outro lugar. Embora o divórcio possa ser
prejudicial e abusado, também pode ser benéfico, pelo menos na perspectiva
rabínica. Em segundo lugar, os rabinos raramente usavam a história de Adão e
Eva como fonte de Halachá. Essa história contém um forte ideal monogâmico e foi
usada por Jesus e pela seita do Mar Morto como base para proibir o divórcio.
Finalmente, o divórcio é claramente permitido pela Torá. Portanto, a abertura
rabínica ao divórcio pode ser vista como pelo menos parcialmente decorrente de
um entendimento simples de que Deus permite o divórcio. No entanto, esse último
motivo é menos convincente, pois, embora a Torá certamente permita o divórcio,
não está claro se é permitido em todas as ocasiões. (English Explanation of
Mishnah 9: 10: 1).
[8]
Para um estudo detalhado sobre as prescrições judaicas sobre o casamento ver.
Maimônides (2002, pp. 169 – 178) e Blech (2004, pp. 218 – 229).
[9]
Robert H. Gundry, (2008, p. 180) segue essa divisão de perícope.
[11] A
partir daqui o termo será colocado entre parênteses, à medida que for
aparecendo no texto do Evangelho, para dar ao leitor melhor compreensão da
forma que Marcos dá ao escrever seu livro.
[12]
Foram usadas para a análise sintática a sintaxe de Daniel B. Wallace (2009) e
Ernest de Witt Burton (1898).
[15]
Para um estudo detalhado dos usos dos textos da Bíblia Hebraica ver. Beale, G.
K.; Carson, D. A. (2007, p. 196).
[16]
Jacques Doukhan (2016, p. 86) destaca que “O principal argumento de Jesus é que
Deus é pessoalmente envolvido nesse relacionamento, tornando-o inviolável.
Casamento não é apenas um caso humano referente apenas ao homem e à mulher; é
essencialmente um religioso caso. O texto bíblico martelou essa ideia de várias
maneiras. Primeiro, Deus está ativamente presente nessa história; Ele é o
principal, se não o único, responsável agente. Ele é o Aquele que
"construiu" a família através da costela e Ele é o casamenteiro,
Aquele que iniciou o casamento ", ele a trouxe ao homem: 'É um divino
instituição. Em segundo lugar, os paralelos linguísticos com o templo do
santuário reforçam a intenção do autor de enfatizar o caráter sagrado dessa
instituição.”
[17]
Para um estudo detalhado sobre a gestão das emoções dentro do casamento ver.
Augusto Cury (2015, pp. 13 – 34).
[18]
Para um estudo cuidadoso das cinco linguagens do amor ver. Chapman G. (2013).